
Este é o post #3 da nova série sobre Investimentos em Renda Fixa do Portal Multixplique.
Nos posts #1 e #2 começamos a falar sobre investimentos no Tesouro Direto.
Você vai se surpreender com o potencial desses investimentos que vamos falar aqui nesta publicação. Uma verdadeira decisão estratégica está em suas mãos.
Chegou a hora de abordarmos os demais títulos oferecidos pelo Governo: o Tesouro Pósfixado e o Tesouro Prefixado ou, como sempre foram chamadas, as NTNs – Nota do Tesouro Nacional. Existem várias, como por exemplo: NTN-B, NTN-C, NTN-D, NTN-F. Nem todos estes títulos estão disponíveis para compra no site do Tesouro Direto, mas estão disponíveis no mercado secundário.
Essas letras após os “NTN” são chamadas de séries. As letras “B”, “C”, “D” e “F”, por exemplo, se referem a diferentes tipos de títulos.
Por exemplo: As NTN-C atualmente não são mais oferecidas pelo Governo (não estão disponíveis para compra no site do Tesouro Direto), mas são títulos atrelados ao IGP-M. Basicamente você contrata uma taxa e ainda tem a correção por um índice. A NTN-D, que também não é oferecida pelo Governo, tem sua remuneração dada pela variação da cotação do dólar, no mercado de câmbio de taxas livres, divulgada pelo Bacen. Portanto, é um título cambial que rende tanto em função de uma taxa definida, como pela variação do câmbio. É uma remuneração “híbrida”.
O objetivo desta série é tornar esse tipo de investimento compreensível para você que está lendo este post. Por isso, vamos dar ênfase aos títulos que atualmente estão disponíveis para compra por qualquer investidor pessoa física.
Os títulos públicos NTN que atualmente são oferecidos pelo Governo são as NTN-B e NTN-F.
Há pouco tempo houve uma mudança na nomenclatura de todos os títulos públicos, visando torná-los mais fáceis de serem compreendidos. Assim, a NTN-B, que anteriormente era dividida entre NTN-B Principal e NTN-B, passou a ser chamada agora da seguinte forma:
A NTN-F passou a se chamar Tesouro Prefixado com juros semestrais
A NTN-B Principal passou a se chamar Tesouro IPCA+
A NTN-B passou a se chamar Tesouro IPCA+ com juros semestrais (possui cupom).
Isso significa que 2 vezes ao ano, no caso desse último título, são pagos os juros ao investidor sobre o valor de face do título (no caso R$ 1.000,00). O que poucas pessoas sabem é que esses juros são de 6% a.a.
Isso quer dizer que, ao fazer alguns cálculos de equivalência de taxas, se você possuir 1 título, você irá receber R$ 29,50 em cada pagamento de cupom e precisará definir se irá reinvestir em títulos ou fará outro investimento. Isso mesmo, o dinheiro não é automaticamente reinvestido. Ele é creditado na sua conta de investimentos aberta na corretora de valores mobiliários.
Além disso, a taxa de juros definida no ato da compra, somada à variação do IPCA, será também paga, adicionalmente, ao investidor no final do prazo, caso este permaneça até o vencimento do título com o valor investido.
Enquanto as NTN-B são títulos pós-fixados, atreladas ao IPCA, as NTN-F são títulos pré-fixados e passaram a se chamar Tesouro Prefixado. Essas últimas pagam cupom semestral de 10% a.a. Corresponde a R$ 48,80 para cada 1 (uma) unidade título comprado.
Assim como vimos no post #2, os títulos possuem valor de face (valor nominal) no vencimento igual a R$ 1.000,00.
O Tesouro IPCA+ não possui cupom, o que significa que todos os juros são acumulados durante o período de investimento e são pagos ao final do prazo, ou seja, no vencimento, junto com o valor principal. A remuneração, para quem optar por receber todo o montante na data estabelecida, será a rentabilidade contratada no ato da compra do título.
É o que o mercado chama de “marcação do título na curva”. Significa, em termos práticos que, se você fizer a compra de um título e permanecer com o investimento até o final, sua rentabilidade equivalerá à taxa real de juros contratada, não importando qual tenha sido a inflação no período (medida pelo IPCA).

Observe as informações disponíveis no site do Tesouro Direto. O valor de 1 título é de R$ 1.365,95 e será remunerado pela taxa de juros indicada + IPCA até 15/05/2045, sem pagamento de cupons no período.
Porém, você que é investidor, pode não desejar manter o investimento por um período tão longo e pode vir a resgatar o título antes do prazo. Nesse caso, como o título tem liquidez diária, o mesmo será vendido (o Tesouro garante a recompra pelo valor de mercado) e o valor resgatado irá depender da taxa de juros adotada pelo mercado no momento da venda do título.
Então, esteja preparado para as seguintes informações:
- Seu título de renda fixa terá volatilidade. Isso significa que ao resgatar a rentabilidade poderá ser positiva ou negativa.
- A taxa de juros será o fator principal para a maior ou menor variação do valor do seu título.
- Quanto maior for o prazo restante e maior a variação da taxa de juros, mais o seu investimento irá variar.
- Quando a taxa de juros do mercado diminui, significa que o título deverá ser negociado a uma taxa inferior a partir daquele momento, representando, portanto, uma rentabilidade menor.
- Porém, não se esqueça que você ainda tem em mãos um título com uma “promessa” de pagamento de juros superior à taxa do mercado. Ora, como a sua taxa contratada é superior, você então tem em mãos um título “diferenciado”, ou seja, seu título “vale mais”. E como isso se traduz em retorno financeiro para você? O seu patrimônio valorizou. A partir de agora, seu título terá sim uma rentabilidade menor, porém, a valorização que ele acabou de ter compensa essa redução. Em outras palavras, estamos lidando com um conceito chamado “marcação a mercado”.
Marcar a mercado um título é precificar a cada instante o título pela variação da taxa de juros do mercado, o que faz com que esse título possa oscilar, i.e. seu preço unitário pode aumentar ou diminuir.
De modo análogo, imagine que você fez um investimento e contratou a uma taxa de por exemplo, 3% a.a. + IPCA. Porém, algum tempo depois, o mesmo título está sendo vendido com uma taxa de 5% + IPCA. Por ser exatamente o mesmo título (digamos, para 2045), o seu título vale automaticamente menos, porque a remuneração futura que ele “promete” é menor que o atual.
Daí, quando entendemos esse raciocínio, fica um pouco mais fácil entender quando nos deparamos com notícias como essa aqui, publicada pelo Infomoney:

Quem quiser conferir a matéria, basta clicar nesse link.
ATENÇÃO:
Estamos analisando a rentabilidade em de um título público, considerado um dos mais seguros investimentos (menor risco) com um rendimento excepcional em apenas 12 meses.
Na reportagem, ainda temos alguns parâmetros interessantes para comparação. Vejamos: A bolsa de valores, no mesmo período, teve rentabilidade de 27%, enquanto o dólar variou 7,2% e o CDI valorizou 6,34%.
Dá pra imaginar que se você estava com dinheiro investido para comprar um imóvel e já tivesse uns 40% deste devidamente aplicado, provavelmente teria condições de fazer uma boa oferta e adquirir o mesmo à vista, ou, na pior das hipóteses, financiando um valor bem menor.
E aí, vai continuar resistindo (ou insistindo) com dinheiro desvalorizando na Poupança?

Não né? A partir de R$ 30,00 (trinta reais) já é possível aplicar no Tesouro Direto. Está esperando o que?
E, por curiosidade… o que você faria se visse sua rentabilidade atingir esses números? Resgataria tudo? Resgataria uma parte? Ou deixaria aplicado e investiria ainda mais? Comente aqui abaixo, ao final desse post.
E aguarde nosso próximo post. Teremos sempre informação de qualidade para você começar a entender mais sobre investimentos.
#multixplique
Publicações de muito bom conteúdo, com explicações claras a respeito da matéria! Parabéns! Super-indico!! Compartilhado no Facebook!
Tânia, que prazer ler seu comentário. A Multixplique agradece. Pode compartilhar à vontade 🙂